Justiça
Acusados de matar jovem em ‘teste de fidelidade’ serão julgados por seis homens e uma mulher, em RO
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Seis homens e uma mulher vão julgar, nesta quarta-feira (22), os dois acusados de matar a jovem Jéssica Moreira a facadas em um “teste de fidelidade”. O júri do caso de feminicídio está ocorrendo na cidade de Cerejeiras (RO), região do Cone Sul do estado.
O corpo de jurados começou a ser montado por volta de 9h da manhã na Comarca local. Cerca de 25 pessoas foram pré-selecionadas, mas vários dos jurados sorteados alegaram impedimento para compor o júri.
Alguns deles informaram ter amizade com a família dos réus e outros que já tinham trabalhado com Ismael José da Silva ou Diego de Sá Parente, sendo assim estes liberados pelo juiz.
Após cerca de uma hora, o conselho da sentença foi formado. Seis homens e uma mulher foram os escolhidos para julgar o assassinato da jovem.
O júri será presidido pelo juiz Bruno Magalhães Ribeiro dos Santos. Por volta de 10h, o juiz concedeu uma pausa para que os autos do julgamento, que iniciou oficialmente depois de 10h30.
Chegada ao Fórum
Por não estar preso, Ismael chegou ao Fórum de Cerejeiras acompanhado da família e da defesa. Ele estava vestindo uma camisa e azul e uma calça social.
Já o segundo acusado, Diego de Sá Parente, saiu do presídio da cidade e foi levado escoltado pela polícia até o Fórum local.
Desde às 4h da manhã um grupo já esperava a abertura do Fórum para assistir ao Tribunal do Júri. Quarenta senhas foram distribuídas para família, amigos e moradores. Outras dez senhas foram destinadas à imprensa.
- Desaparecimento de Jéssica
Jéssica saiu de casa de bicicleta no dia 20 de abril de 2017. Ela ficou desaparecida por quatro dias e a família mobilizou a cidade em busca de informações. A população fez diversas postagens e compartilhamentos em redes sociais em busca da jovem, inclusive Diego.
- Corpo encontrado
A garota foi encontrada morta no dia 24 do mesmo mês, na Linha 4, zona rural de Cerejeiras. Ela tinha várias marcas de facadas. No dia seguinte, o namorado de Jéssica, Ismael e o primo dele, Diego, foram presos por envolvimento no crime.
- O que alegam os réus?
Diego contou à Polícia Civil que Ismael era um namorado extremamente ciumento, e estava desconfiado da infidelidade de Jéssica. Por conta disso, o chamou para fazerem um teste de fidelidade com a garota.
Depois de organizarem o plano, Diego atraiu Jéssica para o local do crime sobre a argumentação de que possuía provas de uma suposta traição de Ismael. Durante o suposto teste, Jéssica teria confirmando uma traição, e Ismael esfaqueado a namorada.
Diego disse que foi ameaçado por Ismael, para ajudar a esconder o corpo da garota. Porém, a defesa apresentou provas no julgamento, em primeira instância, que Ismael estava no trabalho no horário do crime, e o réu foi absolvido.
Depois disso, o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) entrou com recurso e a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça foi unânime em determinar que Ismael também fosse julgado pelo júri popular.
Diego alega que apenas ajudou a esconder o corpo de Jéssica, mas que foi o primo Ismael que matou a garota. Ismael namorava Jéssica na época do crime e chegou a ser absolvido em primeira instância.